

Bruno Maranhão, líder do MLST [Movimento de Libertação dos Sem Terra], dissidência (?) do MST, que há um ano atrás comandou a invasão ao Ministério da Fazenda - com duração aproximada de sete horas e que, depois disso, foi recebido em audiência pelo presidente Lula da Silva - pouco antes de ser preso pela Polícia Militar do Distrito Federal ontem, segunda-feira, 06/06/06, com cerca de 500 vândalos que com ele invadiram e depredaram dependências e instalações da Câmara dos Deputados, declarou à imprensa:
"Não começou com a gente, tentei explicar para ele [Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados, ex-líder da UNE nos anos 60], estava muito tumultuado, mas assim mesmo consegui dizer para ele pegar a carta [...] Eu não me arrependo, porque nós não somos vândalos, não fizemos nenhuma ação de violência".
[Veja fotos e conclua a respeito]
Definindo a invasão como "rápida visita surpresa" a carta nomeada por Bruno apresenta as sete reivindicações abaixo:
- revogação da lei que proíbe a vistoria em terras ocupadas;
- votação imediata da PEC para que as propriedades onde haja trabalho escravo destinem suas terras para a reforma agrária;
- atualização imediata no nível de produtividade – propriedades com débito junto à União devem ser desapropriadas e destinadas para fins de reforma agrária;
- punição aos crimes ambientais praticados pelas grandes empresas do agronegócio e empresas urbanas poluidoras;
- recuperação para fins de reforma agrária das terras da União griladas pelo agronegócio; e
- reestatização da Companhia Vale do Rio Doce.
Maranhão é membro da Executiva Nacional do PT - Secretário de Movimentos Populares - eleita recentemente e pertence à tendência Esperança Militante.
Resumo de sua biografia [ou folha corrida?] pode ser encontrada no site da Fundação Perseu Abramo. Para a preocupada leitora que nos dá a honra de sua assinatura, apresentamos os dados mais relevantes nela encontrados:
Nasceu em família da classe dominante de Pernambuco [pai usineiro bem-sucedido];desde os tempos em que estudou engenharia nos anos 60, Maranhão participou da resistência armada contra a ditadura; pertenceu aos quadros - clandestinos - do PCB e Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), cumprindo neste ações armadas [membro de guerrilhas].
Pôs-se na clandestinidade com o advento do AI-5; morou em "aparelhos" diferentes em diversos Estados, culminando com a necessidade de deixar o país, que largou para exilar-se no Chile e, depois do golpe contra o general Pinochet, na França.
Em 1979, com a Anistia, Foi o primeiro dos exilados pernambucanos - em 1979, com a Anistia -a retornar ao Brasil. Em 1980, participa da fundação do PT, do qual nunca deixou de fazer parte do Diretório Nacional e preside o PT de Pernambuco de 1983 a 1985.
No final dos anos 80, Transfere-se para São Paulo no final dos anos 80 e atuan no partido nacional e no Instituto Mário Alves por ele fundado para dar suporte aos movimentos de camponeses no país, em particular para o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), de cuja direção faz parte. Regressando ao estado natal participa como elemento importante no apoio ao trabalhador rural. Candidatou-se, também, ao Senado e à Prefeitura do Recife, perdendo as duas eleições [Graças a Deus...].
Este homem nega haver participado dos atos de vandalismo que o Brasil, horrorizado, viu ontem em Brasília. Só apareceu para acalmar os ânimos, segundo ele.
Dizem-no amigo de Lula. Mais um que o traiu, dirá qualquer dia desses o presidente.
E tome Bolsa-Família!
(Fotos: Gustavo Miranda/O Globo e Adriana Machado/AE)