sexta-feira, junho 16, 2006

AUDITORIA FISCAL: CALMA E AÇÕES ENÉRGICAS

Em 22 de agosto de 2005, o senador José Jorge (PFL-PE), hoje candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador Geraldo Alckmin - e que lembrou, ontem, ser o presidente Lula da Silva pouco chegado ao trabalho [e a qualquer leitura, acrescento eu] mas apreciador de uma boa caninha - oficiou ao secretário da Receita Federal, José Rachid, denunciando o Partido dos Trabalhadores [partido de Lula] pela prática de caixa dois em sua contabilidade. Baseou-se o senador em confissão feita pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares - que veio a ser denunciado pelo Procurador-Geral da República ANTONIO FERNANDO BARROS E SILVA DE SOUZA, faz pouco tempo, como um dos 40 participantes de quadrilha que dilapidou os cofres públicos -, ao reconhecer a sonegação de R$ 55 milhões por aquele partido, o que caracterizava a existência do chamado caixa dois [por ele, tesoureiro, jocosamente designados, como "recursos não contabilizados"].
Foram abertas pelo fisco, em setembro daquele ano, as sindicâncias para apurar o fato denunciado. Acrescentou aquela organização, por sua conta, três outras legendas envolvidas no caso do mensalão [cuja existência S.Excia Lula, até hoje, nega]: PL, PP e PTB. Para não perder seu tempo os fiscais acrescentaram nas investigações cinco outras legendas - por se revelarem contra elas indícios de irregularidades -, entre as quais PFL, PMDB e PSDB. Foi um verdadeiro carnaval de apurações.
Detalhe: jamais houvera antes neste país fiscalização desta natureza nos partidos políticos.

Alega a Receita Federal que objetiva evitar a utilização política das apurações. Resolveu, para tanto, que somente após a conclusão dos trabalhos em todos os partidos é que dará conta ao respeitável público das respostas às solicitações feitas e que medidas tomar.

Sabe quando isso vai acontecer, preocupada leitora? Depois de conhecidos os resultados das próximas eleições que, por certo, consagrarão a Bolsa-Família. Ou, o que é mais certo, quando já estiver no trono, sem dúvida nenhuma, o novo(?) rei-presidente.