Nosso "hermano" Hugo Rafael Chávez Frías, da Venezuela, informa que Mikhail Kalashnikov, 86 anos, visitará seu país - em data ainda não especificada - para conhecer o local onde se instalará a primeira fábrica de armas Kalashnikov na América Latina. Para quem não sabe, foi ele o inventor do fuzil que leva seu nome.
No início do corrente mês o governo venezuelano recebeu da Rússia 30.000 fuzis de assalto Kalashnikov AK-103 novos, primeira parte de contrato estimado em 42 milhões de euros [R$ 54 milhões] e que prevê a compra de 100 mil fuzis; além disso o acordo atende a proposta da Venezuela de remessa de munições e construção de fábrica, pela Rússia, daquele armamento.
Detalhes: os fuzis AK-103 são os preferidos pela guerrilha em todo o mundo; a chamada "afinidade ideológica" do governo chavista com o "terrorismo colombiano" é motivo de preocupação dos países da América do Sul, em particular o Brasil; nossa imprensa, diariamente, registra o uso dessas armas pela delinqüencia que, se acredita, está ligada ao crime organizado em todo o país.
Sabe-se que a Venezuela está comprando, também, barcos de patrulha na Espanha, e helicópteros [15, pelo menos] e caças Sukhoi na Rússia que, segundo afirmou Chávez - em um de seus shows oratórios - "é muito provável" estejam no ar já no próximo mês, quando se comemora a independência de seu país.
Criticado pelo fato de que a compra de tais armamentos seria fator desastabilizador no seio da América Latina, pela ameaça que pode representar a seus vizinhos, respondeu o "hermano":
"A Venezuela não ameaçará ninguém [...] No entanto, ninguém deve se iludir. Nós estaremos prontos a fazer qualquer coisa para defender a nossa soberania".
Nós vamos bem, obrigado. Somos "auto-suficientes" em petróleo e não precisamos dele nem de qualquer outro "cucaracho" que, sequer, pense em nos ameaçar.
Pelo menos é isso que as autoridades responsáveis por nossas relações exteriores sugerem estar passando ao povo brasileiro.
Deixe que cheguem ao fim Copa e eleições ; aí sim, podemos conversar...