Em janeiro do corrente ano a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) - com outros quadros de seu partido - compareceu ao Centro Acadêmico da UnB (CACOM), onde proferiu palestra para os presentes.
Fizeram a cobertura do evento, sob a orientação do jornalista Gabriel Castro, os alunos Marcos Prates e Vitor Freire. Algumas questões colocadas pela equipe de entrevistadores do CACOM, face à exigüidade do tempo, não puderam ser respondidas; acertou-se, então, com a senadora, que as questões pendentes seriam a ela encaminhadas por e-mail, o que veio a ser feito dias depois.
Foram encaminhadas cinco perguntas à, hoje, candidata à Presidência da República:
- a primeira delas tratava de temas relacionados ao PT;
- duas outras diziam respeito a questões ligadas à universidade pública;
- a quarta era sobre a posição ideológica do PSOL;
- a quinta e última questão era a seguinte:
Fizeram a cobertura do evento, sob a orientação do jornalista Gabriel Castro, os alunos Marcos Prates e Vitor Freire. Algumas questões colocadas pela equipe de entrevistadores do CACOM, face à exigüidade do tempo, não puderam ser respondidas; acertou-se, então, com a senadora, que as questões pendentes seriam a ela encaminhadas por e-mail, o que veio a ser feito dias depois.
Foram encaminhadas cinco perguntas à, hoje, candidata à Presidência da República:
- a primeira delas tratava de temas relacionados ao PT;
- duas outras diziam respeito a questões ligadas à universidade pública;
- a quarta era sobre a posição ideológica do PSOL;
- a quinta e última questão era a seguinte:
"A senhora e seus companheiros de partido têm sido criticados por serem colegas de Achille Lollo(1), que foi condenado por assassinato na Itália.
Até onde é possível separar a vida pessoal da militância política de cada um, na opinião da senhora ?"
Até onde é possível separar a vida pessoal da militância política de cada um, na opinião da senhora ?"
Achille Lollo - para quem não sabe - é cidadão de origem italiana, hoje pessoa da confiança da senadora, e militou no Partido Operário, identificado com o esquerdismo de seu país à época dos chamados Anos de Chumbo pelos quais passou a Itàlia. Com dois companheiros de partido, em 1973, ateou fogo ao apartamento em que morava com sua família - mulher e seis filhos - o gari Mario Mattei, secretário do Movimento Social Italiano (MSI), partido de direita. Morreram queimados no atentado [conhecido como Rogo de Primavalle, Incêndio de Primevalle] seus filhos Stefano e Virgilio, oito e vinte e dois anos, respectivamente, conseqüencia da ação criminosa de Mattei.
Condenado [1987], com mais dois assassinos que participaram do crime, a 18 anos de prisão, Lollo consegue fugir da Itália e vem a aparecer no Brasil, onde vive até hoje. Detalhe: foi-lhe concedido o direito de permanência em nosso país, em 1993, por decisão judicial.
Começa formalmente sua atuação partidária quando, em 2004, participa da fundação do PSOL - em que se destaca hoje como ideólogo -, ao lado de nossa ilustre senadora.
Tudo indica que aos dirigentes da legenda pouco importa a presença [que deveria ser incômoda] de Lollo em sua militância, já que à quinta pergunta encaminhada pela equipe do CACOM saiu-se a assessoria de Sua Excelência com a seguinte resposta [mantida a redação dos assessores]:
"Este jornal [Blog do CACOM] é realmente da UNB? E você [Gabriel Castro] é o editor? O publico alvo desde jornal são estudantes, funcionários e professores? Agora o seu público conhece o Achilles, e que ele tem haver com a Senadora? O seu Público sabe quem é Olavo de Carvalho(*)? Assim fica difícil agente fazer alguma coisa".
Desta malcriada resposta da assessoria originou-se bate-boca não-verbal que me não cabe estimular tanto tempo já ocorreram os fatos.
Cito, apenas, já no fim do quiproquó, o aviso do pessoal da UNb aos ilustres e competentes assessores de S.Excia de que a matéria seria divulgada com ou sem as respostas solicitadas, ao que respondeu a própria senadora sugerindo que a equipe do CACOM a estivesse ameaçando:
"(...) Ameaça?? Acha V.Sa que eu tenho medo de alguma coisa??? Passei a vida como sobrevivente tendo de engolir meus próprios medos, entendeu???"
Estaria falando [escrevendo] a velha e boa Heloisa Helena das Alagoas a se preparar - com a faca entre os dentes - para a sucessão do envelhecido pernambucano Lula da da Silva? Ou seria verdadeira a Heloisa Helena que se dispõe a representar, hoje - para um público encantado com seus "meu amor" e "queridinha" que enfeitam seus aparecimentos em público -, o papel da doce, irônica e serena candidata à sucessão presidencial?
Creia-se nos candidatos que começam seu horário gratuito hoje...
(1) Leia, amanhã, matéria escrita por Achille Lollo no órgão oficial do PSOL.
(*) Olavo de Carvalho escreve em alguns jornais de grande circulação no país. Critica, com freqüência, a senadora e o partido por ela fundado, devido, entre outras coisas, à sua aliança com Achille Lollo.