Assim começa o artigo - "Qual Partido Queremos? Quais os fundamentos teóricos? Qual a estratégia?" - assinado por Achille Lollo no órgão oficial do PSoL em São Paulo:
"Seria mais fácil dedicar este editorial aos tropeços do lulismo no seu terceiro ano de governo, onde não cabem mais esperanças no que diz respeito a uma possível mudança em seu eixo político ou na recomposição do PT na base dos velhos programas.
Aquele Partido dos Trabalhadores que falava em ética, democracia e socialismo faz parte de uma história que os lulistas se encarregaram de destruir e de enterrar. E os coveiros se chamam Lula da Silva, Dirceu e Genoino..."
Trata-se do mesmo Lollo de quem falamos ontem na postagem "Com a faca nos dentes ou com o ramalhete nas mãos?" Aquele mesmo Lollo, condenado por assassinato na Itália, e que transita como figura que ninguém sabe e que ninguém vê na equipe ideológica da candidata Heloisa Helena
Atentem, caríssimos assinantes, para os seguintes trechos que extraímos do relambório deste ideólogo do PSoL [longo demais, aliás, para ser transcrito em sua totalidade]:
"...É um debate que deve, obrigatoriamente, chegar até os dirigentes e as bases do MST, do MSLT, do MTL, do MAB, da CUT, da UNE e trazê-los para o terreno da dialética. Pois não é possível que segmentos poderosos de um movimento popular amplo como o brasileiro devam viver a reboque deste ou de outro dirigente, para que o silêncio e a inatividade de seus lutadores seja recompensada com as migalhas do poder.
Chega! Vamos recolocar a política no seu devido lugar enquanto os politiqueiros ficam contando as cestas básicas da esmola governamental após a última marcha de protesto..."
"...O movimento deve entender - e esta talvez seja a principal tarefa do PSOL, de suas lideranças e militantes - que a candidatura de Heloisa Helena é uma forma para viabilizar nas bases populares o conceito de ruptura política [grifo nosso], a partir do qual começa-se a construir junto das massas um efetivo movimento de ruptura [idem] que, a nível nacional, passa pela reconquista da própria autonomia política..."
"...Erro grave foi a complacência da esquerda petista em aceitar sobreviver nos guetos partidários alimentando uma estéril luta interna enquanto os 'dirigentes' se masturbavam intelectualmente com o mito do 'operário-líder' - sempre, na realidade, a passar a faca no pescoço da esquerda..."
"...A ruptura com a cultura política petista - que foi também a cultura de muitos 'revolucionários' que idolatravam o operário Lula (Walter Pomar, líder de Articulação de Esquerda, Nelson Pellegrino, ex-estrela parlamentar da então Força Socialista, Joaquim Soriano e Raul Pont, líderes de Democracia Socialista, Sokol, dirigente hiper-trotskista de O Trabalho, mas também João Pedro Stédile do MST e todo o Comitê Central do PCdoB) - é hoje muito mais que necessária..."
"...Nunca haverá ruptura de um modelo político e econômico capitalista [idem] sem uma efetiva retomada das lutas de classes e sem a retomada das lutas pela autonomia da classe operária..."
"...Infelizmente, na história da esquerda mundial os majoritários se tornam quase sempre totalitários, e por isso recorreram ao gueto político para enterrar fisicamente a dissidência e a inteligência da esquerda revolucionária, além de lhes retirar a capacidade de formular teoria política..."
"...Caso contrário estaremos (inconsciente e indiretamente ) fazendo o que Dirceu, Lula & Cia fizeram: verticalizaram aos poucos o PT. É sempre muito bom lembrar como Lula, Dirceu e Delúbio intervieram no Rio de Janeiro contra Vladimir Palmeira para eleger Garotinho e Benedita.
Faz bem não esquecer como tais práticas desagregaram o PT no Rio, cuja militância, aos poucos, foi se transformando em mera massa de manobra, paga e transportada em vans para votar nos ditos 'capa pretas' nas convenções ou congresso estaduais e municipais..."
"...Se alguém afirma que os três minutos de propaganda eleitoral do TSE com a imagem e a fala de Heloisa Helena são suficientes para construir um partido e orientar o movimento popular está simplesmente sonhando. Pois, desta forma o PSOL não vai construir nada de diferente do que a esquerda petista cooptada e guetizada já tentou fazer, para depois ficar obrigada a cavalgar a hiena ridens do parlamentarismo da democracia burguesa..."
"...Aliás, a própria análise sobre a evolução da luta política no continente sul-americano foi, novamente, reduzida a poucos elementos conjunturais, enfatizando, apenas, imagens visuais como as propostas de Chávez para '...a criação de uma televisão latino-americana, uma empresa de petróleo comum e um banco continental...'"
"...Hoje, uma campanha eleitoral é, antes de tudo, um elemento midiático que concorre com tantos outros e não apenas com seus conteúdos políticos. Ele concorre com a qualidade da tecnologia utilizada (a chamada penetração da mensagem visual) e, portanto, mede sua eficácia com a capacidade de arrecadar fundos para comprar estes serviços.
Daí a necessidade de se garantir um caixa dois (bicheiros, bancos, multinacionais). Somas financeiras que dificilmente podem ser alcançadas com as campanhas de arrecadação populares!..."
"...Parece que somente os comportamentos de Lula e do New-PT Lulista estão no centro de toda a fenomenologia política brasileira, enquanto estes comportamentos são apenas um complemento da gestão do regime de dependência externa em relação aos Estados Unidos, que o lulismo, hoje, representa e defende com espírito canino, na expectativa de consolidar uma certa margem de autonomia na política interna e, conseqüentemente, impor seu projeto de poder passando por uma segura e popular reeleição..."
"...É muito importante relembrar que uma das armas da mídia é a manipulação e a deformação dos inimigos do poder, tornando-os perigosos baderneiros (ou até aspirantes a terroristas) ou apresentado-os como indivíduos exaltados ou fisicamente ridículos.
Por exemplo: para ofuscar o sucesso da manifestação de 25 de novembro de 2004 e dizer ao Brasil e ao mundo inteiro que nada tinha acontecido, a Globo, a Folha SP, Veja e a própria Agência Carta Maior centraram seus holofotes nas supostas provocações de punks e na 'guerra das águas' que alguns estudantes resolveram empreender com os seguranças do Planalto.
Os conteúdos da manifestação, as características da mobilização, a fala das lideranças, a participação, tudo foi ocultado, silenciado e arquivado. Aliás, nas poucas vezes em que a TV veicula a imagem da senadora Heloisa Helena, o faz sempre forçando o quadro, apresentando a líder do PSOL como uma 'mulher nervosa a beira de um ataque de nervos'..."
"...Está na hora de enfrentar a terrível verdade de saber se o povo está disposto a dizer 'Fora Lula' ou se prefere mais quatro anos de empulhações e retórica do paternalismo lulista. Estes são, de fato, os elementos políticos e teóricos novos que o partido deve enfrentar..."
Conheça o texto integral da matéria escrita pelo ex-fugitivo da polícia italiana [o governo brasileiro não autorizou sua extradição para país de origem], se for de seu agrado, clicando aqui.
"Seria mais fácil dedicar este editorial aos tropeços do lulismo no seu terceiro ano de governo, onde não cabem mais esperanças no que diz respeito a uma possível mudança em seu eixo político ou na recomposição do PT na base dos velhos programas.
Aquele Partido dos Trabalhadores que falava em ética, democracia e socialismo faz parte de uma história que os lulistas se encarregaram de destruir e de enterrar. E os coveiros se chamam Lula da Silva, Dirceu e Genoino..."
Trata-se do mesmo Lollo de quem falamos ontem na postagem "Com a faca nos dentes ou com o ramalhete nas mãos?" Aquele mesmo Lollo, condenado por assassinato na Itália, e que transita como figura que ninguém sabe e que ninguém vê na equipe ideológica da candidata Heloisa Helena
Atentem, caríssimos assinantes, para os seguintes trechos que extraímos do relambório deste ideólogo do PSoL [longo demais, aliás, para ser transcrito em sua totalidade]:
"...É um debate que deve, obrigatoriamente, chegar até os dirigentes e as bases do MST, do MSLT, do MTL, do MAB, da CUT, da UNE e trazê-los para o terreno da dialética. Pois não é possível que segmentos poderosos de um movimento popular amplo como o brasileiro devam viver a reboque deste ou de outro dirigente, para que o silêncio e a inatividade de seus lutadores seja recompensada com as migalhas do poder.
Chega! Vamos recolocar a política no seu devido lugar enquanto os politiqueiros ficam contando as cestas básicas da esmola governamental após a última marcha de protesto..."
"...O movimento deve entender - e esta talvez seja a principal tarefa do PSOL, de suas lideranças e militantes - que a candidatura de Heloisa Helena é uma forma para viabilizar nas bases populares o conceito de ruptura política [grifo nosso], a partir do qual começa-se a construir junto das massas um efetivo movimento de ruptura [idem] que, a nível nacional, passa pela reconquista da própria autonomia política..."
"...Erro grave foi a complacência da esquerda petista em aceitar sobreviver nos guetos partidários alimentando uma estéril luta interna enquanto os 'dirigentes' se masturbavam intelectualmente com o mito do 'operário-líder' - sempre, na realidade, a passar a faca no pescoço da esquerda..."
"...A ruptura com a cultura política petista - que foi também a cultura de muitos 'revolucionários' que idolatravam o operário Lula (Walter Pomar, líder de Articulação de Esquerda, Nelson Pellegrino, ex-estrela parlamentar da então Força Socialista, Joaquim Soriano e Raul Pont, líderes de Democracia Socialista, Sokol, dirigente hiper-trotskista de O Trabalho, mas também João Pedro Stédile do MST e todo o Comitê Central do PCdoB) - é hoje muito mais que necessária..."
"...Nunca haverá ruptura de um modelo político e econômico capitalista [idem] sem uma efetiva retomada das lutas de classes e sem a retomada das lutas pela autonomia da classe operária..."
"...Infelizmente, na história da esquerda mundial os majoritários se tornam quase sempre totalitários, e por isso recorreram ao gueto político para enterrar fisicamente a dissidência e a inteligência da esquerda revolucionária, além de lhes retirar a capacidade de formular teoria política..."
"...Caso contrário estaremos (inconsciente e indiretamente ) fazendo o que Dirceu, Lula & Cia fizeram: verticalizaram aos poucos o PT. É sempre muito bom lembrar como Lula, Dirceu e Delúbio intervieram no Rio de Janeiro contra Vladimir Palmeira para eleger Garotinho e Benedita.
Faz bem não esquecer como tais práticas desagregaram o PT no Rio, cuja militância, aos poucos, foi se transformando em mera massa de manobra, paga e transportada em vans para votar nos ditos 'capa pretas' nas convenções ou congresso estaduais e municipais..."
"...Se alguém afirma que os três minutos de propaganda eleitoral do TSE com a imagem e a fala de Heloisa Helena são suficientes para construir um partido e orientar o movimento popular está simplesmente sonhando. Pois, desta forma o PSOL não vai construir nada de diferente do que a esquerda petista cooptada e guetizada já tentou fazer, para depois ficar obrigada a cavalgar a hiena ridens do parlamentarismo da democracia burguesa..."
"...Aliás, a própria análise sobre a evolução da luta política no continente sul-americano foi, novamente, reduzida a poucos elementos conjunturais, enfatizando, apenas, imagens visuais como as propostas de Chávez para '...a criação de uma televisão latino-americana, uma empresa de petróleo comum e um banco continental...'"
"...Hoje, uma campanha eleitoral é, antes de tudo, um elemento midiático que concorre com tantos outros e não apenas com seus conteúdos políticos. Ele concorre com a qualidade da tecnologia utilizada (a chamada penetração da mensagem visual) e, portanto, mede sua eficácia com a capacidade de arrecadar fundos para comprar estes serviços.
Daí a necessidade de se garantir um caixa dois (bicheiros, bancos, multinacionais). Somas financeiras que dificilmente podem ser alcançadas com as campanhas de arrecadação populares!..."
"...Parece que somente os comportamentos de Lula e do New-PT Lulista estão no centro de toda a fenomenologia política brasileira, enquanto estes comportamentos são apenas um complemento da gestão do regime de dependência externa em relação aos Estados Unidos, que o lulismo, hoje, representa e defende com espírito canino, na expectativa de consolidar uma certa margem de autonomia na política interna e, conseqüentemente, impor seu projeto de poder passando por uma segura e popular reeleição..."
"...É muito importante relembrar que uma das armas da mídia é a manipulação e a deformação dos inimigos do poder, tornando-os perigosos baderneiros (ou até aspirantes a terroristas) ou apresentado-os como indivíduos exaltados ou fisicamente ridículos.
Por exemplo: para ofuscar o sucesso da manifestação de 25 de novembro de 2004 e dizer ao Brasil e ao mundo inteiro que nada tinha acontecido, a Globo, a Folha SP, Veja e a própria Agência Carta Maior centraram seus holofotes nas supostas provocações de punks e na 'guerra das águas' que alguns estudantes resolveram empreender com os seguranças do Planalto.
Os conteúdos da manifestação, as características da mobilização, a fala das lideranças, a participação, tudo foi ocultado, silenciado e arquivado. Aliás, nas poucas vezes em que a TV veicula a imagem da senadora Heloisa Helena, o faz sempre forçando o quadro, apresentando a líder do PSOL como uma 'mulher nervosa a beira de um ataque de nervos'..."
"...Está na hora de enfrentar a terrível verdade de saber se o povo está disposto a dizer 'Fora Lula' ou se prefere mais quatro anos de empulhações e retórica do paternalismo lulista. Estes são, de fato, os elementos políticos e teóricos novos que o partido deve enfrentar..."
Conheça o texto integral da matéria escrita pelo ex-fugitivo da polícia italiana [o governo brasileiro não autorizou sua extradição para país de origem], se for de seu agrado, clicando aqui.