terça-feira, agosto 01, 2006

SE A ERA DE OURO DA INFORMAÇÃO COINCIDISSE COM A ERA DO ESCLARECIMENTO...

Há temas que fervilham em nossas cabeças mas não há formas de despachá-los para as teclas do computador de forma alguma. Um deles, nos últimos dias, é este confronto entre Israel e o Hezbollah, que se desenrola em território libanês.
Alberto Dines, com capacidade de síntese que faz inveja a muita gente que se pensa competente na arte de escrever, oferece-nos hoje, o1/08, terça-feira, em seu
Observatório da Imprensa, o texto que, a seguir, transcrevemos.


"ORIENTE MÉDIO, ANO 58
Réquiem para Era da Informação


Por Alberto Dines em 1/8/2006

A imprensa é um Poder. Porém, impotente. Pode tudo: derrubar tiranias, punir corruptos, denunciar barbaridades, reparar injustiças, persistir na busca da verdade. Também é capaz de proteger déspotas, mascarar crueldades, submeter-se aos demagogos, acobertar a opressão, corromper e confundir.
Mas a imprensa não conseguiu ao longo de 58 anos interromper a carnificina no Oriente Médio. Muito menos desativar os ressentimentos que a produziu.
A imprensa já esteve a serviço de guerras (Inglaterra versus Rússia, no Cáucaso), começou outras (EUA versus Espanha e a Primeira Guerra Mundial) e conseguiu o magistral feito de mobilizar a sociedade americana para pular fora do conflito do Vietnã.
Este é um caso clássico: o governo americano, afinal, convenceu-se a deixar a parte sul da antiga Indochina porque a mídia, sobretudo a mídia eletrônica, trouxe o horror da guerra – ao vivo e em cores – para dentro dos lares na terra do Tio Sam. É óbvio que as gigantescas manifestações dos jovens, o intenso debate acadêmico e a massa de fatos oferecidos pela imprensa diária pavimentaram o caminho para a retirada dos EUA de Saigon. Mas o empurrão definitivo foi dado pelo gosto amargo da derrota que se aproximava..."

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Minha cabeça deixou de fervilhar por obra e graça de Dines.
Muito obrigado, senhor jornalista.