Semana que passou foi solicitado depoimento gravado em vídeo - para ser apresentado aos participantes do Congresso Brasileiro do Agronegócio - aos principais concorrentes à Presidência da República nas eleições de outubro próximo. Objetivo: saber dos candidatos quais suas posições acerca das questões relacionadas e de interesse do setor.
Sua Excelência, o presidente Lula da Silva, talvez levando à risca o "Decálogo" [que insiste em dizer não existir], sugerido por seus marqueteiros de serviço, rejeitou o convite. A esse respeito, no dia 4 último, o Estadão publicou o seguinte editorial, que a seguir transcrevemos:
"LULA CONTRA O AGRONEGÓCIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está muito perto de um rompimento com o agronegócio, o setor que realmente garante, com pequenos e grandes produtores eficientes, o abastecimento interno e a maior parte do superávit comercial brasileiro. Desde a demissão de Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura, o fosso entre o chefe do governo e o setor rural mais moderno vem-se ampliando velozmente.
Nesta semana, o presidente-candidato recusou-se a falar, por meio de um depoimento gravado em audiovisual, aos participantes do Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo. O programa previa a exibição de vídeos com depoimentos dos principais concorrentes à Presidência da República. Eles deveriam apresentar comentários sobre assuntos selecionados de interesse do setor.
"Se este fórum fosse do MST, teria patrocínio do governo federal e o presidente teria vindo gravar", disse o presidente da Sociedade Rural Brasileira, João Sampaio Filho. "A não manifestação já é uma posição. O presidente colocou deste modo a sua posição e a sua estratégia", comentou o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Freitas.
O presidente-candidato recusou-se a participar, alegando discordar do formato proposto para o depoimento. Os candidatos deveriam tratar de temas indicados pelos organizadores, como reforma dos impostos, parcerias público-privadas, proteção contra invasões de terras e política ambiental. Essa organização dos depoimentos permitiria confrontar as opiniões e propostas dos vários pretendentes à Presidência. Três candidatos apresentaram suas idéias aos participantes do congresso: Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT).
Sua Excelência, o presidente Lula da Silva, talvez levando à risca o "Decálogo" [que insiste em dizer não existir], sugerido por seus marqueteiros de serviço, rejeitou o convite. A esse respeito, no dia 4 último, o Estadão publicou o seguinte editorial, que a seguir transcrevemos:
"LULA CONTRA O AGRONEGÓCIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está muito perto de um rompimento com o agronegócio, o setor que realmente garante, com pequenos e grandes produtores eficientes, o abastecimento interno e a maior parte do superávit comercial brasileiro. Desde a demissão de Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura, o fosso entre o chefe do governo e o setor rural mais moderno vem-se ampliando velozmente.
Nesta semana, o presidente-candidato recusou-se a falar, por meio de um depoimento gravado em audiovisual, aos participantes do Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo. O programa previa a exibição de vídeos com depoimentos dos principais concorrentes à Presidência da República. Eles deveriam apresentar comentários sobre assuntos selecionados de interesse do setor.
"Se este fórum fosse do MST, teria patrocínio do governo federal e o presidente teria vindo gravar", disse o presidente da Sociedade Rural Brasileira, João Sampaio Filho. "A não manifestação já é uma posição. O presidente colocou deste modo a sua posição e a sua estratégia", comentou o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Freitas.
O presidente-candidato recusou-se a participar, alegando discordar do formato proposto para o depoimento. Os candidatos deveriam tratar de temas indicados pelos organizadores, como reforma dos impostos, parcerias público-privadas, proteção contra invasões de terras e política ambiental. Essa organização dos depoimentos permitiria confrontar as opiniões e propostas dos vários pretendentes à Presidência. Três candidatos apresentaram suas idéias aos participantes do congresso: Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT).
As declarações que mais agradaram foram as do tucano, que enumerou, entre outros pontos de seu programa, prioridade à reforma tributária, reforço e ampliação do sistema de seguro agrícola e intolerância a invasões de terra. Heloísa Helena prometeu realizar a reforma agrária - com reforma não há invasões, acrescentou - e incentivos a quem cumprir metas de produtividade. Cristovam Buarque foi quem menos se estendeu sobre questões específicas do agronegócio, concentrando-se em propostas para a educação.
É apenas normal que os profissionais do agronegócio, como outros grupos de pessoas com interesses comuns, queiram conhecer as idéias dos candidatos sobre seus problemas e suas aspirações. Este grupo, em particular, tem uma pauta de problemas de evidente interesse público.
Para bem ou para mal, fatos que afetam a agricultura, a pecuária e toda a cadeia de negócios ligada a essas atividades têm repercussões sobre toda a sociedade. Isso é verdade mesmo quando a agropecuária, como ocorre no mundo rico, tem um peso pequeno na formação do PIB. É muito inquietante, portanto, que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva se esquive de tomar
posição diante das preocupações do empresariado do agronegócio.
Ao assumir o governo, o presidente Lula demonstrou, em algumas declarações desastradas, sua ignorância a respeito da agricultura brasileira. Mais tarde, deu a impressão de haver acumulado alguma informação sobre o assunto. Mas, mal ou bem informado, ele nunca se livrou das ligações com os adversários da agropecuária moderna, que já existiam antes de chegar ao governo.
Nos últimos anos, essa agropecuária continuou a contribuir para o fortalecimento da economia nacional, enquanto suas perspectivas de maior desenvolvimento eram comprometidas por uma política orientada por interesses partidários e ideológicos.
Durante dois anos a pesquisa agropecuária foi posta em xeque pelo aparelhamento partidário da Embrapa. Suas condições de produção foram postas em risco pelo enfraquecimento do controle sanitário. Suas possibilidades de modernização foram ameaçadas, além disso, pela imposição de entraves ideológicos ao funcionamento da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, convertida num tribunal de censura à ciência. A recusa do presidente de falar aos participantes do Congresso Nacional do Agronegócio parece não ser, afinal, mais que um desdobramento dessas políticas e atitudes."
Aguardemos os debates [caso S.Excia. os aceite] na televisão e vejamos o que tem para dizer a respeito.
Se tiver...