Dele transcrevo matéria editada na primavera de 1999 [e nota atualizada do autor] que trata das mazelas desta Terra de Santa Cruz. Não consegui entrar em contato com seu autor para que me autorizasse reproduzir o texto abaixo, pelo que me desculpo antecipadamente. Estou à sua disposição para trocarmos idéias sobre tudo que acontece hoje em nossas terras, mares, ares e lares.
Acredito que a convivência com pessoas inteligentes faz bem à saúde - e não engorda.
NOJO
Contra os Pestes de Lá, as Pragas de Cá:
Quando nos pratos da Justiça o carro de um ministro pesa mais que o destino de milhões;
Quando a Justiça é obrigada a largar sua espada para proteger o nariz do cheiro nauseabundo que exalam os podres poderes públicos;
Quando, para as benesses de traficantes, estelionatários, achacadores, pestilentas criaturas travestidas de autoridades públicas, milhões de brasileiros terão de contribuir com seus tostões da fome para conservar-lhes os milhões e bilhões;
Quando nem mais na Justiça se confia, nem na eqüidade, nem no justo;
Só resta ao pobre e fraco ser humano, que por destino e punição nasceu neste país e nestes tempos, em vez de gastar sola do pé para peticionar em Brasília a ouvidos moucos, rogar, como Moisés, solenes pragas, das quais nem os despachos baianos, nem os rogos das bancadas agrária, estelionatária, banqueira ou narcotraficante os livrarão:
I- Que cada carro novo que comprarem com o que roubam de nós resulte em colisões, atropelamentos por filhos, esposas ou amásias, e, ao final, em chamas, nos livre deles;
II- Que cada viagem aérea de recreio, quer nacional, quer internacional, que façam às nossas custas seja motivo de pavor, pânico, pane...e queda;
III- Que até a sétima geração, paguem seus descendentes, com miséria, fome e desabrigo, a ostentação, a fartura e a opulência de que hoje usufruem às nossas custas;
IV- Que suas mãos gatunas apodreçam, suas bocas mentirosas se desdentem, seus ouvidos surdos à voz do povo ensurdeçam a qualquer voz e seus olhos que não querem enxergar nunca mais vejam;
V- Que sequem-se-lhes poços, nascentes e rios nas propriedades; trinquem-se-lhes as piscinas; lhes morram de sede os rebanhos; pesticidas lhes poluam os genes e se lhes desidrate o corpo, ficando este tão seco quanto lhes é seca a alma;
VI- Que derrames lhes roubem o inútil cérebro; a impotência física acompanhe-lhes a falta de vontade na solução dos problemas de que são causa;
VII- E que, se se livrarem das mortes praguejadas, tenham vida longa, para que não se subtraiam pela morte natural à justiça humana, sofrendo em vida, diariamente, cada uma das pragas restantes. E, ao morrerem, lhes seja negada aqui a lembrança e, no além, a presença de qualquer ser querido.
Portanto, pelo que deles sabemos, delas não se livrarão.
E, como o faraó, que só se livrou de pragas acrescidas deixando o Povo de Israel partir, eles só se livrarão destas e de outras adicionais, que o próprio leitor lhes pode rogar, com o arrependimento, a humildade e a honradez.
Portanto, pelo que deles sabemos, delas não se livrarão.
Primavera, 1999
[Nota do Autor]:
O texto acima foi publicado em 1999 e, infelizmente, continua atual. Agora com mais nojo! Pragas extensivas aos partidos políticos, governos estaduais e municipais, para todas as instâncias do poder! E para todos os aproveitadores, estelionatários, ladrões, engravatados ou não, que empestam este canto do planeta.
Haja pragas!
Só temo é ver meus netos [e seus filhos, minha jovem e inquieta leitora] lá pelos vindos de 2015, 2016, rogando estas mesmíssimas pragas aos governos que estão por vir.
Livre-nos deles, desde já, meu Senhor.