Fora a Unitrabalho-Fundação Interuniversitária de Estudo e Pesquisa sobre o Trabalho, ONG para a qual prestava colaboração, o senhor Jorge Lorenzetti - cada vez mais próximo de receber a responsabilidade maior pela maracutaia do dossiê - é, até hoje, um dos coordenadores da campanha à reeleição de Lula. Função: chefe do "dispositivo de tratamento de informações" [em outras palavras, responsável pela coleta e análise de informações - quase espionagem, para ser gentil -, sobre partidos e candidatos adversários, de forma a comprometê-los no correr da campanha eleitoral].
De março do ano passado até agosto deste ano, o senhor Lorenzetti dirigiu o Besc-Banco do Estado de Santa Catarina, quando se licenciou do cargo para cumprir, em Brasília, as funções que hoje lhe cabem na campanha do presidente candidato. No contexto das funções que lhe cabiam para a reeleição de Lula, era o superior imediato do ex-policial Gedimar Passos Pereira, preso na sexta-feira última, 15.
Possui o senhor Lorenzetti - como muitos outros, o senhor Freud, por exemplo, que nada sabe como tantos que conhecemos - trânsito livre no Palácio do Planalto não apenas por sua situação de ex-dirigente da CUT mas por ser, também, amigo pessoal do presidente, para quem, nas reuniões festivas promovidas na Granja do Torto, exerce as atribuições de churrasqueiro oficial, eleito por S.Excia. como o melhor entre todos de seu círculo.
Do início do atual governo até setembro último a Unitrabalho recebeu R$ 18,5 milhões da União .
Quinta-feira, 14 deste mês - um dia antes da prisão de Gedimar e Valdebaran [já soltos, ao que parece, que ninguém é de ferro, sobretudo o pessoal da casa], com notas de reais, sequenciadas, e dólares, totalizando cerca de R$ 1,7 milhão de reais [o que não me parece pouco], a ONG teve repassada, do MTE-Ministério do Trabalho e Emprego e da Finep-Financiadora de Estudos e Projetos, o não desprezível montante de R$ 4,1 milhões [pouco menos da quarta parte de tudo que foi recebido pela Unitrabalho desde o início do governo Lula].
Coincidências existem, maldosa amiga, por menos que nelas acreditemos. Mas existem, creia.
Ensinam as Escolas de Samba, organizações sérias - por outro lado - como se constroem bons enredos, o que, nem sempre, as leva ao primeiro lugar.
Ao que parece já está pronto o triste enredo que vai ser apresentado. em Brasília, na Passarela da Vergonha.
Puxador do samba: senhor Genro. Comissão de frente: senhores Freud, Lorenzetti, Gedimar, Valdebaran e outros, por enquanto, menos votados. Primeiro Mestre-Sala: senhor Berzoini. Destaque [principal]: a seu critério, leitora; aguardamos seu voto.
