sexta-feira, agosto 28, 2009

DURA LEX SED LEX

Solitário, o senhor de cara pintada - amarelo de um lado do rosto e azul do outro -, nariz vermelho de palhaço, bandeira do Flamengo na mão esquerda e do Corinthians na direita, parou de andar de um lado para o outro em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal. Terminara a sessão em que aquela Casa decidiu não considerar consistente ação do MP contra o médico, deputado (PT-SP) e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Está S.Excia. livre, desde ontem à noitinha, por 5 votos contra 4, do processo por violação do sigilo bancário do caseiro - hoje desempregado - Francenildo dos Santos.

Livre da acusação o senhor deputado, e envergonhada a enorme parcela do povo brasileiro representada pelo solitário senhor de cara pintada, postado diante do STF desde as primeiras horas da tarde de ontem, 27 de agosto de 2009 [nova data a ser guardada no calendário pátrio pelos que - ainda - têm vergonha na cara.]


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No carro que passa, lentamente, na enorme avenida na Praça dos Três Poderes, uma voz de mulher: "Quem tinha interesse em quebrar o sigilo bancário do caseiro? O presidente da Caixa Econômica? Foi ele o acusado por Francenildo de frequentar as reuniões na chamada 'casa do lobby'?"

Outra voz, dentro do mesmo carro, dessa vez de homem, soa bem alto: "Dura lez sed lex!" ["A lei é dura mas é lei", para os que esqueceram]
Responde o senhor da cara pintada e nariz de palhaço, desiludido: "No cabelo só Gumex!!"


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Enquanto isso, o senador Romero Jucá informa ao país inteiro que dona Lina Vieira [passado um tempo suspeitíssimo desde sua convocação ao Senado] visitou - oficialmente - o Palácio do Planalto, pela última vez, no início de outubro de 2008. Mais: não foi para um encontro reservado com dona Dilma na Casa Civil.

Ficará assim provado, dentro de alguns anos, que a ex-Secretária da Receita Federal teve um surto psicótico e relatou um encontro que existiu, apenas, em sua cabeça.

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É assim que funcionam as coisas, de uns tempos para cá, neste país que Cabral descobriu...