"O lucro dos bancos é moral, ético e justo", afirma Márcio Cypriano, presidente do Bradesco e da Federação dos Bancos, ao ser inquirido sobre o fantástico desempenho do banco que preside, cujos números, dados a público ontem, quarta-feira, 22, revelaram lucro líquido recorde de R$ 5,514 bilhões em 2005 [crescimento de 80,2% em relação ao ano anterior]. Considerados [juntos] os cinco maiores bancos em ativos no país [ Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander/Banespa e Unibanco], no período 2003-2005 [três primeiros anos do governo Lula], constata-se o lucro líquido de R$ 44,125 bilhões . Já nos oito anos de governo do presidente Fernando Henrique [1995-2002] as mesmas instituições tiveram um lucro de R$ 34,366 bilhões.
Dois fatores principais explicam a safra recorde dos lucros constatados nas instituições financeiras no período: juros altos e forte expansão do mercado de crédito, conforme cálculos apresentados nos balanços daquelas instituições e atualizados pelo IPCA.
Dois fatores principais explicam a safra recorde dos lucros constatados nas instituições financeiras no período: juros altos e forte expansão do mercado de crédito, conforme cálculos apresentados nos balanços daquelas instituições e atualizados pelo IPCA.
Comparados ao lucro dos bancos os ganhos do setor produtivo ficam em posição bem inferiorizada [exemplo: o lucro das siderúrgicas Gerdau e Arcelor - juntas - equivale, sozinho, aos R$ 5,514 bilhões embolsados pelo Bradesco em 2005].
Ao tempo em disputava as eleições para a presidência, S.Excelência, o hoje presidente Lula da Silva, enquadrava os dirigentes da Federação dos Bancos como parte principal, imagino eu, das chamadas "elites" do país. Seu discurso atual insiste em criticá-las, responsabilizando-as por quase tudo de ruim que acontece nesta Terra de Santa Cruz. Mas não se pode negar, por exemplo, que o sr.Márcio Cypriano ["O lucro dos bancos é moral, ético e justo"] seja grato e mantenha boas relações com o governo atual.
Persegue-me dúvida, caro leitor, que não me deixa dormir sossegado: mudaram as elites ou foi S.Excelência quem mudou?
Ao tempo em disputava as eleições para a presidência, S.Excelência, o hoje presidente Lula da Silva, enquadrava os dirigentes da Federação dos Bancos como parte principal, imagino eu, das chamadas "elites" do país. Seu discurso atual insiste em criticá-las, responsabilizando-as por quase tudo de ruim que acontece nesta Terra de Santa Cruz. Mas não se pode negar, por exemplo, que o sr.Márcio Cypriano ["O lucro dos bancos é moral, ético e justo"] seja grato e mantenha boas relações com o governo atual.
Persegue-me dúvida, caro leitor, que não me deixa dormir sossegado: mudaram as elites ou foi S.Excelência quem mudou?