domingo, junho 25, 2006

VOCÊ ACHA A JUÍZA DENISE PRECONCEITUOSA COM RELAÇÃO ÀS FAVELAS? ACHA? ENTÃO VISITE UMA DELAS

Guilherme Fiúza postou o comentário abaixo no blog Política & Cia., hoje, domingo, 25/06/06, do site NoMínimo:

"Bangue bangue eleitoral
Não é metáfora. É bala mesmo.
Em plena tarde de sábado, dois candidatos a deputado do PFL subiram o morro carioca do Vidigal para uma reunião na associação de moradores, quando ouviram estampidos em série. Não tinha jogo do Brasil, então deveria ser tiro mesmo.
E era. Uma rápida troca de balaços entre a polícia e o tráfico. Um dos candidatos, João Pedro Figueira, ex-secretário de governo de Cesar Maia, levou para casa só o susto. O outro, Indio da Costa, ex-secretário municipal de Administração, levou além do susto alguns estilhaços na cabeça.
Felizmente, não havia no local nenhum dos homens de bem que têm afirmado que fazer campanha na favela só é perigoso para os preconceituosos."

Não faz muito tempo a juíza-deputada [ou deputada-juíza?] Denise Frossard declarou sobre as favelas, entre outras coisas, desmistificando o "glamour" que muitos insistem a elas atribuir:

"... É bonito falar bem da favela, dizer que ali é um lugar bom e a grande maioria dos moradores é honesta. Claro que é. Mas o que os honestos precisam que os políticos digam é que essa maioria é refém. Eu vejo as mulheres descendo os morros, tendo que abandonar suas casas, e não é por causa de tiro. Os bandidos tomam as residências delas, e ponto final. Quem está ouvindo a angústia dessas mulheres? Ninguém, porque elas não falam. Não podem falar."
"É com esses bandidos que muitos políticos fazem acordo para circular tranqüilos pela favela. Eu não faço esse acordo. E quem diz que sobe o morro tranqüilo, ou é louco, ou tem acordo com o crime. Eu subo morro sozinha. Vou de táxi. Faço isso porque sou meio louca, e porque é a minha profissão. Prendi 14 bicheiros, sofri três atentados. No último deles, o ex-PM Jadiel Simeone, que está preso, confessou que me seguiu e não me matou porque ainda não tinha recebido o dinheiro, e foi preso antes. Mas os políticos não podem fazer de conta que andar na favela é normal. É irresponsável não dizer a um cidadão comum, a um servidor público, que ele está pondo sua vida em risco ao entrar em boa parte das 700 favelas do Rio de Janeiro."
"Esses líderes comunitários que estão dizendo esses dias ‘aqui a propaganda da juíza não entra’, e parecem estar lutando contra um preconceito, estão dizendo isso com que autoridade? Eu respondo: com a autoridade do crime. Com que autoridade o deputado Chiquinho da Mangueira foi à polícia dizer ao coronel Erir Ribeiro que aliviasse a repressão ao tráfico no morro da Mangueira? Com sua autoridade parlamentar? Não, com a autoridade do crime. E quem caiu em desgraça no episódio, o deputado ou o coronel? O coronel. A mensagem foi clara: quem manda não é o Estado, é o político que tem acordo com o dono do morro. Esse é o jogo que eu me recuso a fazer..."

Foi criticadíssima ; o mínimo que dela disseram alguns desocupados, que jamais passaram pela porta de uma favela, é que a deputada era bonita.
Pois bem, Meretíssima - que, há anos, por acaso, vota nos mesmos locais que eu -, não dê bola a essas figurinhas fáceis que insistem em definí-la como preconceituosa; borrar-se-ão todos ao cruzar com um autêntico vagabundo desses que a senhora muito bem conhece por dever de ofício
[com o seu perdão, e da educada leitora que me honra com sua assinatura, pela imagem escatológica que uso].

Não deixe de ir às favelas em sua campanha, Doutora. Mas vá muito bem garantida. É grande o risco e a senhora sabe disso melhor que ninguém.
Boa sorte.