sexta-feira, julho 28, 2006

ENTROU DE CARRINHO POR TRÁS E AINDA XINGOU A MÃE DO JOGADOR DO OUTRO TIME

Pouco mineiramente, aliás - talvez, até, por baiano de nascimento que é -, o ex-presidente Itamar Franco [ex-embaixador do atual governo na Itália] assim se referiu a Lula da Silva, a quem imputa a responsabilidade pelos conflitos éticos que assolam o Partido dos Trabalhadores:

"Quando o presidente Lula escolheu seu caminho e suas companhias, nós escolhemos um outro caminho e uma companhia ética. Decidi apoiar Alckmin pela qualidade de homem público. O governo não cuidou de conduzir essa bandeira e Lula se transformou num homem arrogante. É difícil determinar em qual momento ele se perdeu, são tantos, cada um escolhe o seu. Minas tem de estar alerta. Lula falhou na ética e Alckmin representa a ética. O governo Lula se transformou num feixe de falhas, que qualquer vento leva."

Não demorou muito a chegar, vinda do Peru - onde se realizava a cerimônia de posse do presidente Allan García - a resposta atravessada do novamente proclamado "Lulinha Paz e Amor":

"Primeiro, eu não comento uma posição de um ex-presidente. Quando chegam acima dos 75 anos as pessoas têm de ter o mínimo de liberdade de fazer suas opções. Não sou eu que vou fazer julgamento. O que eu acho é que o Brasil é um país livre e 180 milhões de brasileiros podem torcer para o Corinthians ou Palmeiras ou Flamengo ou Vasco sem que isso seja ofensivo a qualquer pessoa [...] Só desejo ao presidente Itamar acerto nas suas decisões."

Caberá ao eleitor, o verdadeiro árbitro da partida que envolve os dois ex-presidentes, decidir, nas eleições de outubro próximo, se a jogada de Lula - tal e qual a de Zidane no jogo da França contra a Itália - deverá merecer [ou não] aquele cartão vermelho para os que entram de carrinho pelas costas, dão cabeçadas taurinas no peito do adversário ou atacam a moral do contendor ou de seus parentes mais próximos.

Em tempo
- Tréplica de Itamar Franco [pouco depois das 21 horas de hoje] às declarações feitas pelo presidente Lula da Silva, no Peru, a seu respeito:

"Como ex-presidente, não gostaria de bater boca com o eventual ocupante do Palácio do Planalto. Mais educado seria o debate público, mesmo porque sua excelência vive na roda de escarnecedores. E de tempos para cá, suas palavras são irônicas, vazias, escorregadias, arrogantes e de um ufanismo leviano. [...] É muito bom poder chegar à minha idade desfrutando de um conceito de ética e moral no trato da coisa pública, o que mantenho desde a juventude."