Dia 18 deste mês, terça-feira última, a ESG - Escola Superior de Guerra recebeu a visita de João Pedro Stedile, dirigente do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que lá fez palestra versando sobre o tema Reforma Agrária e Meio Ambiente.
Visitamos o site da ESG e nada vimos registrado a respeito da palestra de Stedile: data da realização, conteúdo ou assunto a ser colocado em pauta.
Visitamos o site da ESG e nada vimos registrado a respeito da palestra de Stedile: data da realização, conteúdo ou assunto a ser colocado em pauta.
Já o MST divulgou o acontecimento "inimaginável anos atrás" da visita do líder ruralista àquela instituição militar e fez publicar, ontem, matéria em seu site - Stedile faz palestra na Escola Superior de Guerra -, assinada por Mário Augusto Jakobskind, que abaixo transcrevemos.
"A Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, inaugurada em maio de 1984 pelo então presidente João Batista Figueiredo, no Forte de São João, foi cenário nesta terça-feira (18/07) de um acontecimento histórico que seria inimaginável anos atrás: uma palestra de João Pedro Stedile, integrante da direção nacional do MST, sobre o tema Reforma Agrária e Meio Ambiente.
Cerca de cem estagiários, entre civis e militares lotavam o auditório que hoje recebe o professor universitário conservador Denis Rosenfeld, que coloca em debate um posicionamento absolutamente contrário ao de Stedile em relação ao tema. É a característica da Escola ouvir as várias posições, segundo o comandante da ESG, general de Exército José Benedito Barros Moreira, autor do convite a Stedile para participar da atividade do II Encontro da ESG com as universidades.
Ao final da palestra, o general declarou concordar com praticamente tudo o que disse Stedile, discordando apenas da forma de ação do MST para alcançar os objetivos. Barros Moreira falou sobre a burrice da elite ao não entender que a melhora do padrão de vida dos brasileiros, por meio do desenvolvimento de um mercado interno, é bom para a própria elite.
Em matéria de política internacional, o general Barros Moreira fez uma análise da atual crise no Oriente Médio provocado pelo agravamento dos confrontos entre Israel, palestinos e o Líbano. Segundo ele, só estão acontecendo os bombardeios israelenses no Líbano porque um dos contendores, justamente Israel, tem a proteção e o apoio de um lado, o mais forte. Barros Moreira comparou a situação com uma briga de garotos em que um dos brigões só demonstra fortaleza porque sabe que pode contar com a ajuda de alguém mais forte a qualquer momento. E este alguém, claro, é os Estados Unidos.
Ao integrante do MST foi destinada uma hora para expor as suas idéias e a outra uma hora para os debates em que dezenas de estagiários fizeram perguntas, em um clima descontraído e até com pitadas de bom humor revelada pelo palestrante.
Antes de iniciar as colocações, Stedile agradeceu o convite e destacou a importância deste encontro que serve para romper preconceitos, sobretudo devido à cobertura midiática dos fatos relacionados com a questão agrária no Brasil. Stedile convidou os professores da ESG a visitarem a Escola Florestan Fernandes, situada em Guararema, no interior de São Paulo."
"A Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, inaugurada em maio de 1984 pelo então presidente João Batista Figueiredo, no Forte de São João, foi cenário nesta terça-feira (18/07) de um acontecimento histórico que seria inimaginável anos atrás: uma palestra de João Pedro Stedile, integrante da direção nacional do MST, sobre o tema Reforma Agrária e Meio Ambiente.
Cerca de cem estagiários, entre civis e militares lotavam o auditório que hoje recebe o professor universitário conservador Denis Rosenfeld, que coloca em debate um posicionamento absolutamente contrário ao de Stedile em relação ao tema. É a característica da Escola ouvir as várias posições, segundo o comandante da ESG, general de Exército José Benedito Barros Moreira, autor do convite a Stedile para participar da atividade do II Encontro da ESG com as universidades.
Ao final da palestra, o general declarou concordar com praticamente tudo o que disse Stedile, discordando apenas da forma de ação do MST para alcançar os objetivos. Barros Moreira falou sobre a burrice da elite ao não entender que a melhora do padrão de vida dos brasileiros, por meio do desenvolvimento de um mercado interno, é bom para a própria elite.
Em matéria de política internacional, o general Barros Moreira fez uma análise da atual crise no Oriente Médio provocado pelo agravamento dos confrontos entre Israel, palestinos e o Líbano. Segundo ele, só estão acontecendo os bombardeios israelenses no Líbano porque um dos contendores, justamente Israel, tem a proteção e o apoio de um lado, o mais forte. Barros Moreira comparou a situação com uma briga de garotos em que um dos brigões só demonstra fortaleza porque sabe que pode contar com a ajuda de alguém mais forte a qualquer momento. E este alguém, claro, é os Estados Unidos.
Ao integrante do MST foi destinada uma hora para expor as suas idéias e a outra uma hora para os debates em que dezenas de estagiários fizeram perguntas, em um clima descontraído e até com pitadas de bom humor revelada pelo palestrante.
Antes de iniciar as colocações, Stedile agradeceu o convite e destacou a importância deste encontro que serve para romper preconceitos, sobretudo devido à cobertura midiática dos fatos relacionados com a questão agrária no Brasil. Stedile convidou os professores da ESG a visitarem a Escola Florestan Fernandes, situada em Guararema, no interior de São Paulo."
Destaca-se, na matéria de Jakobskind, a referência feita à situação política internacional atual [crise no Oriente Médio] pelo comandante da Escola; no que diz respeito ao tema da palestra - Reforma Agrária e Meio Ambiente - nada é enfatizado pelo autor do artigo.
Talvez o site da ESG tenha sido cuidadoso, pelo que posso entender, ao evitar tratar da palestra de Stedile; será que ele, o palestrante, se preocupou em cuidar das questões efetivamente contidas na pauta? Temo que não - e peço minhas desculpas desde já, se estiver errado -, a se levar em conta o conteúdo do que foi publicado no site do MST.
