

Tenho visto o sr.Ministro da Justiça, repetidas vezes, afirmar que nossa Polícia Federal é uma instituição republicana. De fato, a PF é [e sempre foi] republicana.
Mas terá sido no recente problema do dossiêgate? Acredito que, da parte de seus integrantes, sim; assusta-me é a posição de pessoas que dela não fazem parte [ao menos de seu corpo efetivo] que, com assiduidade digna de preocupação, têm assumido, a meu ver, gestos aparentemente contrariando as atitudes dignas e relevantes de seus membros, o que tem criado momentos de dificuldades para a instituição. Transcrevemos, abaixo, o publicado no dia 9 deste mês no site da Federação Nacional dos Policiais Federais-FENAPEF, em que se divulga e discute questões - objeto de dúvida em todas as camadas da população brasileira - pertinentes ao chamado dossiêgate:
"FOTO DO DINHEIRO - Processo contra delegado Bruno fura fila e é instaurado em tempo recorde
A Agência Fenapef recebeu na última sexta-feira, 6, cópia da PORTARIA Nº 080/2006-NUDIS/COR/SR/DPF/SP - São Paulo/SP de 02 de outubro de 2006. O texto anuncia o início do processo disciplinar contra o delegado Edmilson Pereira Bruno [Foto: Tuca Vieira - 22.set.06/Folha Imagem - Acima, à esquerda]. Motivo: ter divulgado as fotos do dinheiro apreendido pela PF [Foto: Tuca Vieira - 22.set06/Folha Imagem - Acima, à direita] em poder de membros do Partido dos Trabalhadores.
Na portaria consta que o delegado Bruno teria violado o sigilo de justiça que estava decretado pelo judiciário na presente apuração do famoso “Caso do Dossiê”.
Estranhamos a “ligeireza” e a “presteza” na instauração do processo contra o delegado Bruno já que a Agência Fenapef tem notícia que outros 36 processos disciplinares diversos aguardam em uma fila para serem instaurados. Por outro lado, fica claro que este caso, pela conotação político partidária, “furou” esta fila e isto por si só pode deixar demonstrado que o procedimento disciplinar foi instaurado pautado pela disputa eleitoral para atender este ou aquele partido político, o que, se provado deve ser abominado inteiramente.
Já nas primeiras acusações contra o delegado nos parece que fica evidenciada uma pressa indevida. Ao acusar Bruno de “quebrar sigilo de justiça” a administração do DPF erra em não fazer uma analise jurídica adequada..."
Tanto empenho será para favorecer alguém?
Quem sabe o próprio candiato presidente?